♫"E no meio de tanta gente eu encontrei você. Tanta gente chata, sem nenhuma graça, você veio(...)"♫. Os versos são conhecidos pela voz de Marisa Monte. Mas, na prática, essa sensação de aleatoriamente encontrar algué que faça o coração bater mais forte é conhecida de todo mundo que já se apaixonou um dia. O que ninguém sabe explicar ainda é o que, exatamente, desata esse clique, faz uma pessoa se sentir atraída por outra, se apaixonar, amar. Vários estudiosos já entraram desvendar essa lógica ilógica. Uma das mais recentes dessas pesquisas sugere que a resposta está nos minutos iniciais. Não precisa mais do que isso para que a primeira impressão esteja formada: agradou ou não, ponto. É o que defende a antropóloga norte-americana Helen Fisher, uma das maiores especialistas do mundo na relação entre amor e cérebro e autora de diversos livros sobre o tema, entre eles Por que ele? Por que ela?. "Você começa uma conversa com alguém que não conhece e, admitindo ou não, menos de dois minutos depois você já sabe: ou gostou ou não gostou. Se é solteira, fica intrigada. Se está envolvida com alguém... fica cuidadosa", diz ela no livro.
Mas daí ao clique se transformar em atração, interesse, paixão é outra história. "Enquanto a compatibilidade em logo prazo depende de muitos fatores, como histórico de vida e nível social, o que dispara a faísca do interesse é o quanto a personalidade daquelas duas pessoas combina", afirma. Um outro estudo, feita na Universidade de harvard, defende que, se você se relacionar com 100 pessoas durante sua vida, só deve encontrar o parceiro ideal por volta da 38ª tentativa. A teoria se apoia na matemática para ajudar indecisos a escolher com quem se casar. Segundo os autores, basta dividir o total de candidatos por "e" (um logaritmo perto de 2,72) e esperar a próxima melhor opção. Ela deve ser o sinal de "pare" para quem quer encontrar um par. Para a neurologista Suzana Herculano-Houzel, da UFRJ, autora do livro Sexo, drogas, rock'n'roll... & chocolate: o cérebro e os prazeres da vida cotidiana, é tudo uma questão de química. Ou seja, a dopamina, o mesmo neurotransmissor presente nos casos de dependência química, é a responsável pela paixão. Quando o cérebro percebe o prazer que a outra pessoa causa, passa a querer estar junto dela cada vez mais, por meio de um mecanismo de recompensa. "Ficamos eufóricos e altamente motivados a encontrar lugar na agenda, faltar ao trabalho, virar madrugadas, atravessar a cidade a pé e o que mais for necessário para ficar perto daquela pessoa", diz Suzana.
Mas essas são só algumas tentativas de tentar explicar o que acontece lá dentro, no coração. Apenas teorias.
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